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Rüdesheimer Apostelwein – O Vinho Consumido Desde 1727

Rüdesheimer Apostelwein – O Vinho Consumido Desde 1727

O Rüdesheimer Apostelwein de 1727 é um vinho notável, produzido em Bremen, na Alemanha, que detém o título de um dos vinhos mais antigos do mundo ainda em consumo. Com quase 300 anos de história, este vinho é uma verdadeira relíquia vinícola, apreciada e preservada ao longo dos séculos por sua qualidade excepcional, raridade e significado histórico.

Origem e Produção do Rüdesheimer Apostelwein

Em 1727, um ano que se destacava por uma excelente colheita, um barril especial de vinho, conhecido como “Apostelwein”, foi produzido na cidade hanseática de Bremen, Alemanha. Este vinho, que é um Riesling, foi armazenado em um grande barril de carvalho no famoso “Ratskeller” de Bremen, uma adega histórica situada no porão da câmara municipal da cidade. A produção e armazenamento do vinho refletiam as práticas de vinificação da época, em que grandes quantidades de vinho de alta qualidade eram reservadas para consumo em ocasiões especiais.

O Rüdesheimer Apostelwein de 1727 foi armazenado com grande cuidado, em condições ideais que permitiram seu envelhecimento por quase três séculos. Durante esse período, o vinho desenvolveu características únicas, adquirindo uma complexidade e profundidade de sabor. A preservação do vinho foi possível graças ao controle rigoroso das condições da adega e à tradição de só retirar pequenas quantidades do barril em ocasiões especiais.

Significado do Nome “Apostelwein”

O nome “Apostelwein” tem suas raízes em uma antiga tradição onde o barril continha vinho suficiente para ser servido em 12 copos, simbolicamente representando os doze apóstolos. O vinho era tradicionalmente servido apenas em eventos de grande importância, o que contribuiu para a preservação e longevidade do conteúdo do barril.

O vinho que restou do barril de 1727 é descrito como tendo um sabor incrivelmente complexo, com notas de mel, frutas secas, especiarias, e uma acidez equilibrada que contribui para sua longevidade. Com o passar dos anos, o vinho adquiriu uma cor dourada profunda, e sua textura é rica e suave, refletindo séculos de envelhecimento.

Envelhecimento Secular

Ao longo dos séculos, para garantir que o barril não ficasse vazio e que o vinho pudesse continuar sendo consumido, pequenas quantidades de vinhos mais jovens e de alta qualidade foram adicionadas ao barril. Este processo, conhecido como “solera” na vinificação, é uma técnica que permite que o vinho original seja perpetuado enquanto mantém suas características centrais. Contudo, a maior parte do vinho no barril ainda remonta à produção original de 1727.

O Rüdesheimer Apostelwein de 1727 ainda é consumido hoje, mas apenas em quantidades mínimas e durante eventos extremamente especiais. O vinho é tradicionalmente servido em ocasiões significativas, como visitas de chefes de estado, comemorações históricas e outros eventos de grande prestígio. Cada vez que o vinho é servido, uma quantidade proporcional de vinho mais jovem é adicionada ao barril para manter o volume e continuar a tradição.

Rüdesheimer Apostelwein: Símbolo de Bremen

O Rüdesheimer Apostelwein de 1727 é mais do que um vinho; ele é um símbolo da rica história e tradição da cidade de Bremen. Preservado no Ratskeller, uma das adegas mais antigas do mundo ainda em operação, o vinho representa a continuidade e a reverência pelas tradições do passado. O fato de o vinho ainda ser consumido hoje, quase 300 anos após sua produção, é uma prova do cuidado e da habilidade dos vinicultores da época.

Referências
Johnson, Hugh. The World Atlas of Wine. Mitchell Beazley, 2013.
Phillips, Rod. A Short History of Wine. Harper Perennial, 2000.
Heskett, Geoffrey. The Rheingau: Germany’s Classic Wine Region. Faber & Faber, 1992.
Robinson, Jancis. The Oxford Companion to Wine. Oxford University Press, 2015.
Schuster, Michael. Wine Tasting: A Professional Handbook. Springer, 2011.
Etty, Jeanette. The Spirit of Wine: Traditions and History of Europe’s Great Vineyards. Random House, 2004.
Schröder, Klaus. Ratskeller Bremen: Eine Weingeschichte. Edition Temmen, 2008.
“Ratskeller Bremen.” Official Website of Ratskeller Bremen, 2020.
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