Crânios Alongados – Descoberta Arqueologica no México
Em 2012, uma descoberta arqueológica notável foi feita no estado de Sonora, no noroeste do México. Durante escavações na região de Onavas, arqueólogos encontraram um cemitério pré-hispânico contendo 25 sepulturas. Entre os restos mortais, 13 crânios apresentavam deformações cranianas alongadas, um fenômeno que imediatamente chamou a atenção da comunidade científica e do público em geral. A descoberta dos crânios alongados forneceu novas perspectivas sobre as práticas culturais e as tradições dos povos antigos da região.
Contexto Arqueológico
As escavações foram conduzidas pela equipe de pesquisadores do Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH) do México. O cemitério datava do período entre 945 e 1308 d.C., uma época correspondente ao pós-clássico mesoamericano. A prática de deformação craniana, conhecida como modificação craniana artificial, era comum em várias culturas mesoamericanas, incluindo os maias e os astecas. A descoberta em Onavas, no entanto, foi a primeira evidência desse costume no norte do México.
A deformação craniana era realizada com o uso de bandagens ou tábuas aplicadas na cabeça das crianças, geralmente desde o nascimento até os dois anos de idade. Esta prática tinha significados variados, incluindo motivos estéticos, de status social e religiosos. Na cultura mesoamericana, um crânio alongado poderia indicar uma posição elevada na hierarquia social ou uma conexão com o divino.
Análise dos Crânios Alongados
Os crânios alongados de Onavas apresentavam diferentes graus de modificação, sugerindo variações nas técnicas ou nos propósitos da deformação. Além dos crânios modificados, cinco dos esqueletos possuíam dentes mutilados, um costume também observado em outras culturas mesoamericanas. A análise osteológica revelou que muitos dos indivíduos enterrados eram jovens, o que levanta questões sobre a mortalidade infantil e os rituais associados à infância.
A presença de crânios alongados no cemitério de Onavas levou a diversas interpretações e teorias entre os arqueólogos. Alguns sugerem que a prática poderia estar relacionada a migrações ou influências culturais de outras regiões mesoamericanas. Outros acreditam que a deformação craniana poderia ter sido uma maneira de reforçar a coesão social e a identidade de grupo em uma época de mudanças e desafios ambientais.
A descoberta em Onavas pode ser comparada a outras descobertas de crânios alongados em diferentes partes do mundo, como na América do Sul e na Europa. Essas comparações ajudam a contextualizar a prática de deformação craniana como um fenômeno global, evidenciando como diferentes culturas adotaram e adaptaram essa técnica para seus próprios contextos sociais e culturais.