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Fascismo na Espanha – Adesão dos Nacionalistas de Franco

Fascismo na Espanha – Adesão dos Nacionalistas de Franco

A Guerra Civil Espanhola, travada entre 1936 e 1939, foi um dos conflitos mais emblemáticos do século XX, caracterizado pela polarização ideológica e pela brutalidade do combate. De um lado, a Segunda República Espanhola e, de outro, os nacionalistas liderados pelo general Francisco Franco, que se opunham ferozmente ao governo republicano. Durante o conflito, os nacionalistas de Franco aderiram amplamente ao fascismo, influenciados tanto pelo contexto europeu da época quanto pela necessidade de aliar-se a potências como a Alemanha de Hitler e a Itália de Mussolini.

Na imagem, duas crianças leais ao General Francisco Franco fazem a saudação militar fascista durante a Guerra Civil Espanhola.

Ascensão do Fascismo na Europa

Nos anos que antecederam a Guerra Civil Espanhola, a Europa viu a ascensão de regimes fascistas, mais notavelmente na Itália, sob Benito Mussolini, e na Alemanha, sob Adolf Hitler. O fascismo, com sua ênfase no nacionalismo extremo, no militarismo, na autoridade centralizada e na supressão dos direitos democráticos, encontrou eco entre setores conservadores e tradicionalistas em vários países, incluindo a Espanha. Esses setores viam o fascismo como uma resposta ao crescente poder dos movimentos de esquerda e como uma maneira de restaurar a ordem social e combater o que percebiam como uma ameaça comunista.

Ideologia dos Nacionalistas Espanhóis

Os nacionalistas liderados por Francisco Franco eram uma coalizão heterogênea composta por falangistas (membros do partido fascista espanhol, a Falange), militares conservadores, monarquistas e tradicionalistas carlistas. Embora esses grupos tivessem diferenças ideológicas, eram unidos por um objetivo comum: a destruição da República e a restauração da ordem tradicional na Espanha.

Os nacionalistas liderados por Francisco Franco eram uma coalizão heterogênea composta por falangistas (membros do partido fascista espanhol, a Falange), militares conservadores, monarquistas e tradicionalistas carlistas.

Os nacionalistas liderados por Francisco Franco eram uma coalizão heterogênea composta por falangistas (membros do partido fascista espanhol, a Falange), militares conservadores, monarquistas e tradicionalistas carlistas. Embora esses grupos tivessem diferenças ideológicas, eram unidos por um objetivo comum: a destruição da República e a restauração da ordem tradicional na Espanha. Muitos dentro dessa coalizão, especialmente os falangistas, viam o fascismo como uma ideologia que poderia fornecer as bases para um novo estado espanhol, autoritário e corporativista.

Adoção de Práticas Fascistas

Desde o início da guerra, Franco buscou e recebeu apoio de regimes fascistas na Europa. A Alemanha de Hitler e a Itália de Mussolini forneceram aos nacionalistas apoio crucial em termos de assistência técnicas, equipamentos militares e tropas. A Legião Condor, uma unidade da Luftwaffe alemã, desempenhou um papel central na vitória nacionalista, mais infamemente no bombardeio de Guernica. Esse apoio não só fortaleceu militarmente os nacionalistas, como também aprofundou a influência fascista sobre o movimento, que começou a adotar práticas, símbolos e retóricas fascistas.

Falange Espanhola

A Falange Espanhola, fundada por José Antonio Primo de Rivera em 1933, era explicitamente inspirada no fascismo italiano e no nazismo alemão. Durante a Guerra Civil, a Falange tornou-se a principal força política dentro do movimento nacionalista, especialmente após a morte de Primo de Rivera e a fusão da Falange com os tradicionalistas carlistas em 1937, formando o “Movimiento Nacional”, o único partido permitido sob Franco. A Falange defendia a eliminação dos partidos políticos, a supressão das liberdades civis e a criação de um estado corporativista, onde as corporações (ou sindicatos verticais) seriam controladas pelo estado.

Políticas e Repressão

À medida que Franco consolidava seu controle sobre o movimento nacionalista, as políticas adotadas pelo regime durante e após a guerra refletiam a ideologia fascista. Houve uma repressão brutal dos opositores políticos, com execuções em massa, prisões e trabalhos forçados sendo comuns. O regime de Franco estabeleceu uma censura rigorosa, controlou os sindicatos e as organizações trabalhistas e instituiu um culto ao líder, onde Franco era reverenciado como o “Caudillo” da Espanha. Embora o regime franquista não tenha adotado todos os aspectos do fascismo (especialmente após a Segunda Guerra Mundial, quando Franco tentou distanciar-se do Eixo), durante a Guerra Civil, a influência fascista foi clara e profundamente enraizada.

O Legado do Fascismo no Franquismo

Após a vitória nacionalista em 1939, Franco estabeleceu uma ditadura que duraria até sua morte em 1975. Embora o regime tenha evoluído ao longo das décadas, especialmente após a Segunda Guerra Mundial, os elementos fascistas que marcaram o início do regime continuaram a influenciar o governo franquista. A estrutura corporativista do estado, a repressão dos dissidentes e a centralização do poder em torno de Franco foram características que permaneceram ao longo de sua ditadura.

O legado do fascismo na Espanha de Franco continua a ser um tema de debate e controvérsia. Durante a transição para a democracia, após a morte de Franco, a Espanha adotou uma “pacta de esquecimento”, onde muitos dos abusos e crimes cometidos durante o regime franquista foram ignorados para facilitar a transição pacífica para a democracia.anha.

Referências
Payne, Stanley G. The Franco Regime: 1936-1975. University of Wisconsin Press, 1987.
Preston, Paul. The Spanish Civil War: Reaction, Revolution and Revenge. HarperCollins, 2006.
Beevor, Antony. The Battle for Spain: The Spanish Civil War 1936-1939. Penguin Books, 2006.
Richards, Michael. A Time of Silence: Civil War and the Culture of Repression in Franco’s Spain, 1936-1945. Cambridge University Press.
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