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Chateau Lafite Rothschild 1787 – O Vinho de Thomas Jefferson

Chateau Lafite Rothschild 1787 – O Vinho de Thomas Jefferson

O Chateau Lafite Rothschild de 1787 é um dos vinhos mais icônicos e historicamente significativos do mundo, conhecido não apenas por sua origem em uma das vinícolas mais prestigiadas de Bordeaux, mas também por sua associação com Thomas Jefferson, terceiro presidente dos Estados Unidos e um dos primeiros colecionadores e entusiastas de vinhos finos na América.

Chateau Lafite Rothschild

O Chateau Lafite Rothschild é uma das quatro vinícolas originais classificadas como Premier Cru na classificação oficial de vinhos de Bordeaux de 1855. Localizado na região de Pauillac, na margem esquerda do rio Gironde, o Lafite Rothschild tem uma ilustre e longa história de produção de vinhos finos, sendo reconhecido por sua excelência desde o século XVII. O vinho produzido em 1787 é particularmente notável por ter sido parte de uma safra excepcional, o que o tornou altamente desejável tanto na época quanto nos séculos seguintes.

Uma das garrafas mais famosas do Chateau Lafite Rothschild de 1787 foi descoberta em 1985, quando o colecionador de vinhos Malcolm Forbes adquiriu a garrafa em um leilão da Christie’s por um preço recorde de US$ 156.000. A garrafa trazia as iniciais “Th.J.” gravadas na própria garrafa, que foram atribuídas a Thomas Jefferson. Essa descoberta gerou grande interesse e debate no mundo do vinho e entre historiadores.

Thomas Jefferson e Sua Coleção de Vinhos

Thomas Jefferson, além de ser um dos principais fundadores dos Estados Unidos, era um grande apreciador e conhecedor de vinhos. Durante seu tempo como embaixador dos Estados Unidos na França, entre 1784 e 1789, Jefferson desenvolveu uma paixão pelos vinhos europeus, especialmente pelos vinhos de Bordeaux e da Borgonha. Jefferson visitou pessoalmente várias vinícolas na França e comprou vinhos diretamente dos produtores, incluindo o Chateau Lafite Rothschild.

Jefferson era meticuloso em suas anotações sobre vinhos, registrando detalhes sobre as safras, produtores e regiões em seus diários. O futuro presidente americano também enviou muitas dessas garrafas para sua residência em Monticello, Virgínia, e para a Casa Branca, onde serviu os vinhos durante eventos diplomáticos e jantares.

Autenticidade e Controvérsia

A autenticidade da garrafa e sua conexão direta com Thomas Jefferson, no entanto, tem sido objeto de controvérsia. Embora o vinho tenha sido amplamente aceito como pertencente à safra de 1787 e de origem no Chateau Lafite, alguns especialistas questionaram se a garrafa realmente pertenceu a Jefferson, levantando dúvidas sobre a procedência da inscrição “Th.J.”.

O Chateau Lafite Rothschild 1787 estabeleceu um recorde mundial como a garrafa de vinho mais cara já vendida até 1985, um testemunho de seu valor histórico e da mística em torno da possível conexão com Thomas Jefferson. A garrafa é valorizada não apenas por sua qualidade e raridade, mas também por seu significado cultural como uma ponte entre a história do vinho europeu e a fundação dos Estados Unidos.

Referências
Johnson, Hugh. The World Atlas of Wine. Mitchell Beazley, 2013.
Wallace, Benjamin. The Billionaire’s Vinegar: The Mystery of the World’s Most Expensive Bottle of Wine. Crown Publishing Group, 2008.
McIntyre, John. Wine and the Founding Fathers: The Story of Thomas Jefferson’s Wine Cellar. The Thomas Jefferson Foundation, 2003.
Phillips, Rod. A Short History of Wine. Harper Perennial, 2000.
Robinson, Jancis. The Oxford Companion to Wine. Oxford University Press, 2015.
Broadbent, Michael. Vintage Wine: Fifty Years of Tasting Three Centuries of Wines. Houghton Mifflin Harcourt, 2002.
Christie’s Auction House. Catalogue of the Sale of Fine and Rare Wines, 1985.
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