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Vampiro de Veneza – O Crânio Com Um Tijolo na Boca

Vampiro de Veneza – O Crânio Com Um Tijolo na Boca

Em 2009, arqueólogos italianos fizeram uma descoberta fascinante durante uma escavação em Lazzaretto Nuovo, uma ilha na lagoa de Veneza. Um crânio com um tijolo enfiado na boca foi revelado, um achado que rapidamente ganhou a alcunha de “Vampiro de Veneza”. A descoberta gerou grande interesse e debate na comunidade científica e na mídia.

A Descoberta do Vampiro de Veneza

O crânio foi encontrado em uma vala comum datada do século XVI, período em que a praga assolava a Europa. Naquela época, Veneza, como muitas outras cidades, foi severamente afetada pela peste bubônica. A prática de enterrar vítimas da peste em valas comuns era comum, mas o detalhe do tijolo na boca foi o que chamou a atenção dos pesquisadores.

A presença do tijolo na boca foi interpretada como uma tentativa de impedir que o morto se levantasse da tumba, um comportamento associado a crenças em vampiros. Na Europa medieval, havia um medo generalizado de que vítimas de praga se tornassem vampiros e espalhassem a doença. Colocar um tijolo na boca do cadáver era uma forma de “neutralizar” o suposto vampiro.

Análises Forenses

Análises forenses do crânio mostraram que se tratava de uma mulher de aproximadamente 60 a 70 anos. A causa da morte provavelmente foi a peste. A análise do crânio e do tijolo sugere que o tijolo foi inserido após a morte, possivelmente durante o processo de decomposição, quando os coveiros acreditaram que o corpo apresentava sinais de vampirismo, como inchaço ou sangramento. Atualmente, o crânio do Vampiro de Veneza é mantido em um museu arqueológico na Itália.

Curiosidades

A ilha de Lazzaretto Nuovo foi usada como uma estação de quarentena durante as epidemias de peste, onde os doentes eram isolados para tentar conter a disseminação da doença. A descoberta gerou comparações com outras múmias e corpos preservados que exibiam sinais de rituais para evitar a “volta” dos mortos.

A descoberta gerou discussões sobre a extensão das crenças em vampiros na Europa medieval e como estas crenças influenciavam práticas funerárias. Alguns estudiosos argumentam que tais práticas refletem o desespero e a impotência das comunidades frente às pandemias devastadoras.

Referências:
Borrini, Matteo, and Pierluigi Baima Bollone. “A Possible Case of Vampirism in Venice: Skeletal Remains from the Lazzaretto Nuovo.” 2009.
Dundes, Alan. “The Vampire: A Casebook.” University of Wisconsin Press, 1998.
Luckhurst, Roger. “The Mummy’s Curse: The True History of a Dark Fantasy.” Oxford University Press, 2012.
McNally, Raymond T. “In Search of Dracula: The History of Dracula and Vampires.” Houghton Mifflin Harcourt, 1994.
Summers, Montague. “The Vampire in Europe.” Kessinger Publishing, 1929.
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