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Mortsafes – Os Túmulos com Grades da Era Vitoriana

Mortsafes – Os Túmulos com Grades da Era Vitoriana

Durante a era vitoriana, os túmulos com grades, também conhecidos como mortsafes, tornaram-se uma visão comum nos cemitérios da Grã-Bretanha. Esses túmulos, protegidos por estruturas metálicas, foram uma resposta direta a um problema crescente: o roubo de corpos. Ladrões de túmulos, conhecidos como “ressurreicionistas”, saqueavam sepulturas para vender cadáveres a anatomistas e escolas de medicina, que necessitavam de corpos para dissecação e estudo.

Contexto Histórico dos Mortsafes

Durante a era vitoriana, os túmulos com grades, também conhecidos como mortsafes, tornaram-se uma visão comum nos cemitérios da Grã-Bretanha.

Durante a era vitoriana, os túmulos com grades, também conhecidos como mortsafes, tornaram-se uma visão comum nos cemitérios da Grã-Bretanha.

No início do século XIX, o avanço da medicina exigia um maior número de cadáveres para estudo. Contudo, a oferta legal de corpos, geralmente composta por executados e indigentes, era insuficiente para atender à demanda. Esta escassez levou ao aumento dos roubos de corpos recém-enterrados, um crime que aterrorizava a sociedade vitoriana. Famílias passaram a buscar métodos para proteger os túmulos de seus entes queridos.

Os túmulos com grades, também chamados de “mortsafes”, eram projetados para impedir o acesso aos corpos enterrados. As estruturas variavam em design, mas geralmente incluíam grades de ferro ou aço, que eram colocadas sobre ou ao redor do túmulo. Algumas tinham barras verticais fixadas ao solo, enquanto outras incluíam tampas de ferro maciço. Estas medidas tornavam extremamente difícil para os ladrões acessarem o caixão sem chamar atenção.

Métodos Alternativos de Proteção

Além das grades, outras formas de proteção incluíam lajes de pedra pesada e caixões reforçados com metal. Algumas famílias contratavam guardas para vigiar os túmulos recém-abertos durante as primeiras semanas após o enterro, quando o risco de roubo era maior. Outra prática comum era o uso de armadilhas e dispositivos de alarme que alertavam os vigias em caso de tentativa de violação.

Com o tempo, a prática de roubo de corpos diminuiu devido a mudanças na legislação. A Lei de Anatomia de 1832, no Reino Unido, permitiu que estudantes de anatomia e médicos obtivessem corpos de forma legal e regulamentada, fornecendo corpos não reclamados de asilos e prisões. Esta lei reduziu a demanda do mercado negro por cadáveres, tornando as grades protetoras menos necessárias. Consequentemente, a prevalência de túmulos com grades começou a declinar.

Referências
Almond, Richard. Buried Alive: The Terrifying History of Our Most Primal Fear. Bloomsbury, 2012.
Binski, Paul. Medieval Death: Ritual and Representation. Cornell University Press, 1996.
Curl, James Stevens. The Victorian Celebration of Death. Sutton Publishing, 2000.
Gordon, David. The Anatomy of Architecture: Ontology and Metaphor in Batammaliba Architectural Expression. University of Chicago Press, 1997.
Richardson, Ruth. Death, Dissection and the Destitute. University of Chicago Press, 2001.
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