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AIDS: Registro de Paciente Terminal

AIDS: Registro de Paciente Terminal

A fotografia de Therese Frare de David Kirby, um paciente terminal, tornou-se uma das imagens mais icônicas da epidemia de AIDS. Capturada em 1990, a foto em preto e branco mostra Kirby em seu leito de morte, cercado por sua família em um momento de profunda dor e solidariedade. Publicada pela primeira vez na revista LIFE, a imagem ganhou notoriedade mundial ao ser utilizada em uma campanha publicitária controversa da Benetton. O trabalho de Frare trouxe à tona o lado humano da crise da AIDS, destacando a devastação pessoal e familiar causada pela doença.

A foto teve um impacto profundo na percepção pública sobre a AIDS, contribuindo para uma maior conscientização e empatia em relação às pessoas afetadas pela epidemia. Ao humanizar a luta dos pacientes com o vírus HIV, a imagem de Frare desempenhou um papel significativo na mudança do discurso sobre a doença, de um cenário de estigma e medo para um de compaixão e necessidade urgente de ação. A fotografia permanece um testemunho poderoso das histórias pessoais por trás da crise global de saúde e da contínua luta contra a doença.

Como Surgiu a AIDS?

A epidemia de AIDS surgiu no início dos anos 1980, quando os primeiros casos de uma doença misteriosa e fatal foram relatados em homens homossexuais nos Estados Unidos. Em 1981, o Centers for Disease Control and Prevention (CDC) publicou um relatório descrevendo uma forma rara de pneumonia e um tipo de câncer de pele chamado sarcoma de Kaposi em jovens homens gays, marcando o início da identificação da AIDS. A doença rapidamente se espalhou, afetando diversos grupos, incluindo usuários de drogas injetáveis, hemofílicos e heterossexuais, revelando sua natureza global e devastadora.

No início, a AIDS era envolta em estigma e medo, com muitas pessoas acreditando que a doença era confinada a certos grupos de risco. A identificação do vírus da imunodeficiência humana (HIV) como a causa da AIDS, feita por equipes de pesquisa lideradas por Luc Montagnier e Robert Gallo em 1983-1984, foi um marco crucial. Esse avanço permitiu o desenvolvimento de testes de diagnóstico e uma melhor compreensão da transmissão do vírus. Ao longo dos anos, a pesquisa e a conscientização levaram a avanços significativos no tratamento e na prevenção, transformando a AIDS de uma sentença de morte em uma doença crônica gerenciável para muitos.

Referências:
Sturken, Marita. Tangled Memories: The Vietnam War, the AIDS Epidemic, and the Politics of Remembering. University of California Press, 1997.
Sontag, Susan. Regarding the Pain of Others. Farrar, Straus and Giroux, 2003.
“David Kirby, 32, Dies; AI.DS Patient’s Photo Became Symbol.” The New York Times, 9 Dec. 1990.
Frare, Therese. “Pieta: AIDS & the Arts.” LIFE, 1990.
Gallo, Robert C., and Luc Montagnier. “The Discovery of HIV as the Cause of AI.DS.” New England Journal of Medicine, vol. 349, no. 24, 2003, pp. 2283-2285.
Shilts, Randy. And the Band Played On: Politics, People, and the AI.DS Epidemic. St. Martin’s Press, 1987.
Centers for Disease Control and Prevention (CDC). “Kaposi’s Sarcoma and Pneumocystis Pneumonia Among Homosexual Men — New York City and California.” Morbidity and Mortality Weekly Report (MMWR), 1981.
Quinn, Thomas C. “AI.DS in Africa: An Epidemiologic Paradigm.” Science, vol. 234, no. 4779, 1986, pp. 955-963.
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