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Chateau Mouton-Rothschild 1945 – O Vinho Pós Segunda Guerra

Chateau Mouton-Rothschild 1945 – O Vinho Pós Segunda Guerra

O Jeroboam de Chateau Mouton-Rothschild 1945 é uma das garrafas de vinho mais cobiçadas e reverenciadas do mundo. Produzido na prestigiada vinícola Chateau Mouton-Rothschild, na região de Pauillac, Bordeaux, este vinho é amplamente considerado um dos melhores vinhos tintos do século XX. Produzido no ano em que a Segunda Guerra Mundial chegou ao fim, o vinho representa capacidade de recuperação em tempos difíceis. A safra de 1945 é lembrada não apenas por sua qualidade, mas também por seu significado histórico.

Chateau Mouton-Rothschild

O Chateau Mouton-Rothschild é uma das vinícolas mais prestigiadas de Bordeaux e faz parte do seleto grupo de Premier Cru Classé, uma distinção que reflete a excelência contínua de seus vinhos. Localizada na região de Pauillac, na margem esquerda do rio Gironde, a vinícola é conhecida por seus vinhos tintos de grande complexidade e longevidade, que são produzidos a partir das variedades Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc e Petit Verdot.

Em 1855, quando a classificação oficial dos vinhos de Bordeaux foi estabelecida para a Exposição Universal de Paris, Mouton-Rothschild foi inicialmente classificado como um Second Growth (Deuxième Cru). Contudo, sob a liderança do Barão Philippe de Rothschild, a vinícola alcançou reconhecimento mundial e, em 1973, conseguiu uma reclassificação histórica, tornando-se um Premier Cru Classé. Esta promoção foi um evento sem precedentes e consolidou o Chateau Mouton-Rothschild como uma das mais importantes vinícolas do mundo.

A Safra de 1945: O Fim da Segunda Guerra Mundial

A safra de 1945 é notável não apenas pela qualidade excepcional do vinho, mas também pelo contexto histórico. 1945 marcou o fim da Segunda Guerra Mundial, e a colheita foi vista como um símbolo de esperança e renascimento em um mundo devastado pelo conflito. Em homenagem ao fim da guerra, o rótulo do Mouton-Rothschild 1945 trazia o “V” da vitória, desenhado pelo artista Philippe Jullian, tornando-se um dos rótulos mais icônicos na história do vinho.

A safra de 1945 é amplamente considerada uma das melhores do século em Bordeaux. As condições climáticas foram quase perfeitas, com um verão quente e seco que produziu uvas concentradas e pequenas, resultando em vinhos de grande capacidade de envelhecimento, estrutura e potência. O Chateau Mouton-Rothschild 1945, em particular, é celebrado por sua complexidade, longevidade e profundidade, com sabores de frutas escuras, couro, tabaco, especiarias e taninos firmes que evoluem graciosamente ao longo das décadas.

O Jeroboam de 1945: Um Tamanho Lendário

O termo Jeroboam refere-se a uma garrafa de vinho que contém o equivalente a quatro garrafas padrão de 750 ml, ou seja, 3 litros. Essas grandes garrafas são valorizadas tanto por sua presença imponente quanto por sua capacidade de envelhecer vinhos de maneira mais harmoniasa e lenta devido ao menor contato do vinho com o ar em comparação com garrafas menores.

O Jeroboam de Chateau Mouton-Rothschild 1945 é uma das garrafas mais raras e valiosas do mundo do vinho. Apenas algumas dessas garrafas foram produzidas, e ainda menos sobreviveram ao longo dos anos. Em 1997, um Jeroboam dessa safra foi vendido por US$ 114.614 em um leilão da Christie’s em Londres, estabelecendo um recorde na época para o vinho mais caro já vendido em leilão.

Características do Vinho Mouton-Rothschild 1945

O Mouton-Rothschild 1945 é um vinho de extraordinária complexidade e profundidade. Mesmo após mais de sete décadas, o vinho continua a impressionar aqueles que têm a rara oportunidade de prová-lo. É descrito como tendo aromas intensos de cassis, ameixas maduras, cedro, couro e tabaco, acompanhados por nuances de especiarias e um toque de alcatrão. O paladar é cheio e encorpado, com taninos bem integrados e um final longo e persistente.

Uma das características mais notáveis do Mouton-Rothschild 1945 é sua capacidade de envelhecimento. Garrafas bem armazenadas podem continuar a evoluir por muitos anos, com o vinho ganhando em complexidade à medida que envelhece. O Jeroboam, devido ao seu tamanho maior, envelhece ainda mais lentamente, preservando o frescor e a vitalidade do vinho enquanto desenvolve camadas adicionais de sabor.

Referências
Johnson, Hugh. The World Atlas of Wine. Mitchell Beazley, 2013.
Robinson, Jancis. The Oxford Companion to Wine. Oxford University Press, 2015.
Parker, Robert. The World’s Greatest Wine Estates. Simon & Schuster, 2005.
Christie’s Auction House. “Historic Sale of Mouton-Rothschild 1945 Jeroboam.” Christie’s Archives, 1997.
Brennan, Georgeanne. The Food and Wine of France. Chronicle Books, 2016.
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