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Legião Negra: Uma Sociedade Secreta Nascida da Ku Klux Klan

Legião Negra: Uma Sociedade Secreta Nascida da Ku Klux Klan

A Legião Negra foi uma organização secreta e violenta que surgiu nos Estados Unidos na década de 1930, como uma ramificação da Ku Klux Klan. Tal grupo se envolveu em atividades extremas, incluindo assassinatos ritualísticos, sequestros e outros atos de terrorismo doméstico. Em 25 de maio de 1936, o jornal The Sydney Morning Herald publicou um artigo que trouxe à tona as atividades sombrias da Legião Negra, revelando a extensão de suas operações e seu impacto na sociedade americana.

Origem da Legião Negra

A Legião Negra surgiu como uma espécie de facção da Ku Klux Klan, mas com um foco ainda mais radical e violento. Enquanto a Klan tinha uma base histórica mais ampla, voltada principalmente para o racismo, a Legião Negra também se concentrava em combater o comunismo, o sindicalismo, os imigrantes e outras minorias que considerava “não-americanas”.

A organização foi fundada em 1925, em Ohio, por um homem chamado William Shepard. Diferente da Klan, que vestia mantos brancos, os membros da Legião Negra usavam uniformes negros e distintivos que incluíam uma caveira e ossos cruzados. A Legião rapidamente se espalhou para os estados vizinhos, especialmente no meio-oeste dos Estados Unidos, como Michigan, onde teve um grande número de seguidores.

Atividades e Crimes

A Legião Negra se envolveu em uma série de crimes violentos, incluindo assassinatos ritualísticos. Os membros da organização acreditavam que estavam protegendo a América contra “ameaças internas”, que incluíam comunistas, socialistas, judeus, negros e estrangeiros. Esses assassinatos eram frequentemente realizados de maneira ritualística, envolvendo sequestros, tortura e execuções sumárias.

Além dos assassinatos, a Legião Negra estava envolvida em incêndios criminosos, bombardeios e espancamentos. Eles visavam não apenas indivíduos que consideravam uma ameaça, mas também tentavam intimidar comunidades inteiras. A organização manteve uma estrutura altamente disciplinada, com seus membros jurando lealdade total à causa.

O Caso Charles Poole

Em 25 de maio de 1936, o jornal The Sydney Morning Herald publicou um artigo que expôs as atividades da Legião Negra. Tal publicação foi uma das muitas que começaram a surgir à medida que a organização se tornava mais conhecida. O artigo revelou detalhes sobre os assassinatos e a estrutura secreta do grupo, destacando a ameaça que representava à segurança pública nos Estados Unidos.

Um dos casos mais infames associados à Legião Negra foi o assassinato de Charles Poole, um ativista sindical de Detroit, em 1936. Poole foi sequestrado por membros da Legião, torturado e assassinado por sua defesa dos direitos dos trabalhadores. O crime bárbaro trouxe grande atenção da mídia e das autoridades, levando à investigação e à subsequente prisão de vários membros do grupo.

Repercussão

Após o assassinato de Charles Poole, o FBI e outras agências de aplicação da lei intensificaram suas investigações sobre a Legião Negra. As revelações sobre suas atividades criminosas e o desmantelamento de células em vários estados levaram à prisão de muitos de seus membros. Os líderes do grupo foram processados, e a organização entrou em declínio rápido. 11 de seus membros receberam penas de prisão perpétua.

Referências:
The Black Legion, Where Vets and the Klan Met. Veterans Today.
The Sydney Morning Herald.
Black Legion member confesses slaying Poole. The Gazette.
KRAJICEK, David. Wrongful murder in 1936 led Black Legion leader Dayton Dean’s confession. Daily News.
CRIME: Black Legion. Time Magazine.
Blee, Kathleen M. Inside Organized Racism: Women in the Hate Movement. University of California Press, 2002.
Michigan Historical Commission. The Shadow of the Klan: The Legions of Hate and Violence in the Midwest. Michigan Historical Review, 1980.
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