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Taman Shud – Um Enigma da História Criminal da Austrália

Taman Shud – Um Enigma da História Criminal da Austrália

O Caso Taman Shud é um dos mistérios mais intrigantes e sem resolução da história criminal australiana, envolvendo a descoberta de um corpo não identificado em uma praia em Adelaide, na Austrália, em 1948. O caso é famoso não apenas pela identidade desconhecida da vítima, mas também pelos elementos misteriosos associados ao caso, incluindo um pedaço de papel com as palavras “Taman Shud” e um código enigmático. A história do homem de Somerton se tornou uma lenda na Austrália, representando um dos casos mais intrigantes de morte não resolvida da história moderna.

A Descoberta do Corpo na Praia de Somerton

Em 1948, durante um dia quente como qualquer outro na Austrália, um homem vestido de casaco foi encontrado morto na praia de Somerton, em Adelaide. Não havia nenhuma pista de sua identidade, tampouco impressões digitais que levassem a sua identificação. Através de um bilhete de trem encontrado em um dos bolsos do casaco do homem desconhecido, a polícia chegou à estação de trem em Henley Beach. Na estação, foi encontrada uma mala cujo interior estavam alguns objetos sem valor e em um bolso secreto havia um pedaço de papel rasgado com uma única expressão: “Taman Shud”.

Em 1948, durante um dia quente como qualquer outro na Austrália, um homem vestido de casaco foi encontrado morto na praia de Somerton, em Adelaide. Não havia nenhuma pista de sua identidade, tampouco impressões digitais que levassem a sua identificação. Através de um bilhete de trem encontrado em um dos bolsos do casaco do homem desconhecido, a polícia chegou à estação de trem em Henley Beach. Na estação, foi encontrada uma mala cujo interior estavam alguns objetos sem valor e em um bolso secreto havia um pedaço de papel rasgado com uma única expressão: “Taman Shud”.

Na manhã do dia 1 de dezembro de 1948, o corpo de um homem foi encontrado na praia de Somerton, nos arredores de Adelaide, na Austrália. O homem estava deitado na areia, com a cabeça apoiada em um muro de contenção e os pés cruzados. O homem estava bem vestido, usando um terno completo e não havia sinais de luta ou ferimentos visíveis em seu corpo.

O que tornou o caso particularmente misterioso foi a ausência de qualquer forma de identificação. O homem não carregava carteira, documentos ou objetos pessoais que pudessem ajudar a identificar quem ele era. Todas as etiquetas das roupas que ele usava haviam sido removidas, tornando impossível rastrear sua origem. As autoridades rapidamente perceberam que estavam lidando com um enigma.

A autópsia não revelou a causa exata da morte, mas indicou que o homem poderia ter sido envenenado. Contudo, nenhum traço de veneno foi encontrado em seu corpo, tornando a causa da morte ainda mais enigmática. A única pista era um pedaço de papel encontrado em um bolso oculto na calça do homem, que continha as palavras “Taman Shud”.

O Significado de “Taman Shud”

As palavras “Taman Shud” são persas e significam “terminado” ou “fim”. Posteriormente, descobriu-se que esse pedaço de papel havia sido arrancado da última página de uma cópia do livro Rubaiyat de Omar Khayyam, uma coleção de poemas persas que trata do destino e da morte. A conexão entre o livro e o homem misterioso levou os investigadores a uma busca exaustiva por uma cópia do livro com a página rasgada.

A Investigação e o Pedaço de Papel com o Escrito “Taman Shud”

Alguns meses após a descoberta do corpo, uma cópia do Rubaiyat foi encontrada no banco traseiro de um carro estacionado perto da praia de Somerton. Esta cópia estava faltando exatamente a página final, de onde o pedaço de papel com “Taman Shud” foi arrancado. Além disso, a parte de trás do livro continha um código manuscrito, composto por uma série de letras aparentemente aleatórias, e um número de telefone.

O código encontrado no livro permanece não decifrado até hoje, apesar de numerosos esforços por parte de criptógrafos amadores e profissionais. Acredita-se que o código possa conter uma mensagem cifrada relacionada à identidade do homem ou às circunstâncias de sua morte, mas nenhuma solução conclusiva foi alcançada.

O número de telefone encontrado no livro levou os investigadores a uma mulher, conhecida apenas como “Jestyn” ou “Jo”, que morava perto da praia de Somerton. A mulher afirmou não conhecer o homem, mas sua reação ao ver o busto do morto no necrotério foi descrita como de grande choque, o que levantou suspeitas sobre uma possível conexão. Contudo, “Jestyn” nunca foi oficialmente ligada ao caso, e o mistério permaneceu.

Teorias

Uma das teorias mais populares sugere que o homem poderia ter sido um espião, possivelmente envolvido em atividades clandestinas durante a Guerra Fria. O código não decifrado, a falta de identificação e a remoção das etiquetas das roupas alimentam essa teoria. Adelaide, na época, era um local de interesse estratégico, com várias instalações militares e de pesquisa.

Outra teoria é que o homem tenha cometido suicídio, com “Taman Shud” simbolizando o fim de sua vida. No entanto, a ausência de um veneno detectável e as circunstâncias misteriosas que cercam o caso tornam essa explicação insatisfatória para muitos. Diversas tentativas de identificar o homem foram feitas ao longo dos anos, incluindo o uso de análises de DNA e tecnologia de reconhecimento facial, mas nenhuma levou a uma identificação do corpo.

Referências
Feltus, Gerry. The Unknown Man: A Suspicious Death at Somerton Beach. The Investigator Press, 2010.
Murray, Stuart. Taman Shud: The Somerton Man Mystery. Wakefield Press, 2014.
Abbott, Derek, and Rachel Egan. “The Somerton Man Case.” Journal of Forensic Science, vol. 58, no. 3, 2013, pp. 779-786.
Brown, J. P. The Rubaiyat of Omar Khayyam: A New Translation with Commentary. Oxford University Press, 2009.
FitzSimons, Peter. The Greatest Mysteries of All Time: The Cases that Baffled the World. Macmillan Australia, 2016.
Wilson, John. Mystery at Somerton Beach: The Story of Taman Shud. Investigative Press, 2001.
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