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Monstros Marinhos nos Mapas da Idade Média e Renascença

Monstros Marinhos nos Mapas da Idade Média e Renascença

Durante a Idade Média e a Renascença, os mapas eram frequentemente adornados com representações de monstros marinhos. Essas criaturas refletiam tanto o medo quanto a fascinação pelo desconhecido. Além disso, eram utilizadas para ilustrar os perigos do mar e das terras inexploradas. Mapas como os de Abraham Ortelius e Olaus Magnus são exemplos clássicos dessa prática. Essas ilustrações serviam tanto como advertências quanto como manifestações artísticas e culturais.

As Ilustrações de Abraham Ortelius

Abraham Ortelius, um cartógrafo flamengo, é conhecido por suas detalhadas ilustrações de monstros marinhos. Em seu atlas “Theatrum Orbis Terrarum”, incluiu diversas criaturas marinhas assustadoras. Além disso, suas ilustrações baseavam-se em relatos de exploradores e marinheiros. Ortelius utilizou essas imagens para embelezar seus mapas e chamar a atenção dos leitores. Contudo, as criaturas fantásticas também refletiam as crenças e medos da época.

A Influência da Mitologia

A mitologia teve uma forte influência nas representações de monstros marinhos em mapas antigos. Criaturas como sirenes, quimeras e tritões eram comuns em lendas e histórias. Além disso, essas figuras mitológicas foram adaptadas e incorporadas nas ilustrações cartográficas. Mapas medievais e renascentistas utilizavam essas imagens para simbolizar o desconhecido e o perigoso. Contudo, a mistura de realidade e fantasia criou um rico panorama cultural e artístico.

Monstros Marinhos em Mapas Portugueses

Os navegadores portugueses, durante a Era dos Descobrimentos, também incluíram monstros marinhos em seus mapas. Essas criaturas ilustravam tanto os perigos reais quanto os imaginários encontrados em novas terras. Além disso, serviam como advertências para futuros navegadores. Mapas como os de Diogo Ribeiro apresentavam criaturas fantásticas em áreas desconhecidas. Contudo, essas representações também demonstravam a coragem e a curiosidade dos exploradores portugueses.

O Kraken

O Kraken é um dos monstros marinhos mais icônicos retratados em mapas da Renascença. Descrito como um enorme cefalópode, podia afundar navios inteiros com seus tentáculos gigantes. Além disso, a lenda do Kraken pode ter origem em avistamentos de lulas gigantes reais. Contudo, os relatos exagerados aumentaram o seu tamanho e perigos. Cartógrafos como Olaus Magnus ilustraram o Kraken para alertar navegadores sobre os perigos do Mar do Norte.

O Leviatã

O Leviatã, uma serpente marinha colossal, é frequentemente mencionado em textos religiosos e mitológicos. Nos mapas medievais, representava o caos e o perigo dos oceanos profundos. Além disso, simbolizava forças incontroláveis da natureza. Descrições bíblicas influenciaram essas representações, ampliando o medo e o fascínio por essa criatura. Contudo, a falta de conhecimento científico sobre os oceanos contribuiu para perpetuar a lenda do Leviatã.

Monstro Marinho de Olaus Magnus

Monstros Marinhos: Cartografia Mostrando a Islândia e Alguns Monstros Marinhos Medievais.

Monstros Marinhos: Cartografia Mostrando a Islândia e Alguns Monstros Marinhos Medievais.

Olaus Magnus, um cartógrafo sueco, é famoso por suas detalhadas ilustrações de monstros marinhos no “Carta Marina” de 1539. Suas representações incluíam serpentes marinhas gigantes, peixes monstruosos e outras criaturas aterrorizantes. Além disso, esses monstros eram desenhados em áreas pouco conhecidas ou perigosas do mapa. Magnus baseou suas ilustrações em relatos de marinheiros e lendas locais. Contudo, suas obras também refletiam as crenças e superstições da época.

Serpente Marinha

Monstros Marinhos: Baleias e Orcas Sendo Representadas de Forma Fantasiosa

Monstros Marinhos: Baleias e Orcas Sendo Representadas de Forma Fantasiosa

A serpente marinha é uma criatura recorrente em mapas da Idade Média e Renascença. Descrita como uma enorme serpente, podia enrolar-se em torno de navios e destruí-los. Além disso, muitos relatos de serpentes marinhas podem ter sido avistamentos de baleias ou tubarões. Cartógrafos como Abraham Ortelius incluíram serpentes marinhas para ilustrar os perigos dos mares desconhecidos. Contudo, as descrições exageradas transformaram esses animais em monstros lendários.

O Dragão Marinho

O dragão marinho é outra figura comum em mapas antigos. Representado como uma criatura híbrida, com corpo de peixe e cabeça de dragão, simbolizava os perigos ocultos do oceano. Além disso, as descrições variavam, incluindo asas e respiração de fogo. Mapas como o de Gerhard Mercator apresentavam dragões marinhos para decorar áreas inexploradas. Contudo, essas ilustrações também refletiam as influências mitológicas e culturais da época.

Monstros Marinhos e a Ciência

Com o avanço da ciência e da exploração marítima, as representações de monstros marinhos nos mapas começaram a desaparecer. Estudos mais precisos e relatos confiáveis substituíram as lendas e superstições. Além disso, a biologia marinha ajudou a desmistificar muitas dessas criaturas. Mapas posteriores focaram-se mais em precisão e detalhes geográficos. Contudo, as ilustrações de monstros marinhos permanecem como um testemunho da imaginação e dos medos humanos.

Referências
Van Duzer, Chet. “Sea Monsters on Medieval and Renaissance Maps.” British Library, 2013.
Williams, Gareth. “Kraken: The Curious, Exciting, and Slightly Disturbing Science of Squid.” Viking Penguin, 2011.
Mayor, Adrienne. “The First Fossil Hunters: Dinosaurs, Mammoths, and Myth in Greek and Roman Times.” Princeton University Press, 2011.
Horden, Peregrine, and Nicholas Purcell. “The Corrupting Sea: A Study of Mediterranean History.” Blackwell, 2000.
Magnus, Olaus. “Carta Marina.” 1539.
Ortelius, Abraham. “Theatrum Orbis Terrarum.” 1570.
Mercer, Anne. “Medieval Maps of the Sea.” HarperCollins, 2017.
Arnar, Ingibjörg Ágústsdóttir. “Imagining the Unknown: Monsters in Early Modern Cartography.” Routledge, 2018.
Manguel, Alberto. “The Dictionary of Imaginary Places.” Harcourt, 2000.
Ellis, Richard. “Imagining Atlantis.” Knopf, 1998.

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