Judy: A Primeira Cadela Prisioneira de Guerra
Judy, uma cadela da raça pointer, é lembrada como o primeiro cão oficialmente reconhecido como prisioneiro de guerra. Adotada pela tripulação da Marinha Real Britânica, Judy tornou-se uma figura lendária por sua bravura e lealdade durante a Segunda Guerra Mundial, especialmente em sua estreita relação com Frank Williams, um dos tripulantes do navio que a acolheu.
Adoção de Judy
Judy nasceu em Xangai, na China, em 1936. Inicialmente, ela foi levada a bordo do HMS Gnat, uma canhoneira da Marinha Real Britânica, onde rapidamente conquistou a simpatia da tripulação com seu espírito amistoso e protetor. Quando o HMS Gnat foi transferido, Judy foi realocada para o HMS Grasshopper, outra canhoneira britânica, onde começou sua jornada extraordinária.
Durante sua permanência no HMS Grasshopper, Judy foi oficialmente adotada pela tripulação, mas foi com Frank Williams, um jovem suboficial da Marinha Real Britânica, que ela estabeleceu uma ligação especial. Frank se tornou seu principal cuidador, e os dois formaram uma amizade que resistiria a enormes desafios nos anos seguintes.
A Segunda Guerra Mundial
Em fevereiro de 1942, o HMS Grasshopper foi atacado por forças japonesas ao largo da costa de Sumatra, no Sudeste Asiático. A tripulação, incluindo Judy, foi forçada a abandonar o navio após ele ser severamente danificado. Os sobreviventes, junto com Judy, enfrentaram uma difícil jornada pela selva de Sumatra, onde a cadela demonstrou suas habilidades de sobrevivência ao ajudar a tripulação a encontrar água, algo que salvou muitas vidas.
Eventualmente, Judy e a tripulação foram capturados pelas forças japonesas e levados para um campo de prisioneiros de guerra em Medan, Sumatra. Apesar das adversidades, a cadela permaneceu ao lado de Frank Williams, que cuidou dela no campo. O status de Judy como prisioneira de guerra foi formalizado após Frank convencer o comandante do campo a incluir Judy no registro oficial, tornando-a o primeiro cão prisioneiro de guerra reconhecido oficialmente.
Libertação e Reconhecimento do Judy
Judy recebendo a Dickin Medal. Foto: Topical Press Agency/Hulton Archive/Getty Images
Com o fim da Segunda Guerra Mundial em 1945, os prisioneiros, incluindo Frank Williams e Judy, foram libertados. a cadela sobreviveu ao cativeiro graças ao cuidado de Frank e à sua própria resiliência. Após a guerra, Judy foi levada para o Reino Unido, onde foi reconhecida por sua bravura e serviço.
Em 1946, Judy foi condecorada com a Medalha Dickin, a maior honra militar concedida a animais por bravura em combate. A medalha é frequentemente descrita como a “Cruz Vitória Animal” e é uma das maiores honrarias que um animal de serviço pode receber. Judy recebeu a medalha por sua “inestimável ajuda e companhia” durante a guerra. Ela também foi registrada como membro da Associação de Ex-Prisioneiros de Guerra, onde teve direito a uma ração extra como veterana de guerra.
Referências
Williams, Frank. The Judy Story. Angus & Robertson, 1973.
Lewin, James. War Dogs: Tales of Canine Heroism, History, and Love. Touchstone, 2011.
Cruse, Amy. War Dogs of the World War II: The Greatest Stories of Heroic Dogs. Dover Publications, 1954.
Colman, Penny. Animals at War: Brave Soldiers and Lifesavers. Henry Holt and Co., 2004.
Avalie!
