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José Alves de Matos, “25”: O Último Cangaceiro de Lampião

José Alves de Matos, “25”: O Último Cangaceiro de Lampião

José Alves de Matos, mais conhecido como “25”, é uma figura histórica notável por ter sido o último sobrevivente do bando de Lampião, o mais famoso líder cangaceiro do Brasil. O cangaço foi um movimento de banditismo social que ocorreu principalmente no sertão nordestino brasileiro entre o final do século XIX e o início do século XX. “25” é lembrado por seu papel significativo na era do cangaço e por ser um dos últimos a viver para contar a história dessa época tumultuada.

Foto: Corisco e 25, à direita. Foto do arquivo pessoal da família de José Alves de Matos, o 25.

A Vida de José Alves de Matos, o “25”

José Alves de Matos nasceu em 1911 e entrou para o bando de Lampião na década de 1930, adotando o nome de guerra “25”. Jose Alves participou de várias ações do bando de Lampião, incluindo assaltos, confrontos com as forças volantes (polícias estaduais que combatiam os cangaceiros) e emboscadas.

Em 28 de julho de 1938, o bando de Lampião foi surpreendido e atacado pelas forças volantes na Grota de Angico, em Sergipe. Durante o ataque, Lampião, sua companheira Maria Bonita e vários outros membros do bando foram mortos. Este evento marcou o fim do cangaço organizado no Brasil. José Alves de Matos, “25”, foi um dos poucos cangaceiros que conseguiu escapar do ataque em Angico.

Após deixar o cangaço, “25” mudou seu nome e passou a viver uma vida discreta para evitar a captura. 25 se estabeleceu em diferentes locais, trabalhando em atividades que lhe permitissem manter um perfil baixo e evitar chamar a atenção das forças de segurança. Como o último cangaceiro sobrevivente, “25” se tornou uma valiosa fonte de informação sobre o cangaço e sobre Lampião. Suas memórias e relatos oferecem uma visão única e pessoal das atividades do bando, das motivações dos cangaceiros e das condições de vida no sertão.

O Movimento do Cangaço e Lampião

O cangaço foi caracterizado por grupos armados que vagavam pelo sertão nordestino, desafiando as autoridades e muitas vezes agindo como fora-da-lei. Esses grupos, conhecidos como cangaceiros, eram frequentemente formados por homens e mulheres que viviam à margem da sociedade e enfrentavam a dura realidade da vida no sertão.

Virgulino Ferreira da Silva, conhecido como Lampião, é o cangaceiro mais famoso da história brasileira. Liderando seu bando com astúcia e brutalidade, Lampião tornou-se uma lenda tanto pelo seu carisma quanto pela violência de suas ações. Ele desafiou as autoridades e os latifundiários locais, tornando-se uma figura ambígua, vista como herói por alguns e vilão por outros.

Referências
Chandler, Billy Jaynes. The Bandit King: Lampião of Brazil – Billy Jaynes Chandler Texas A&M University Press, 1978.
Dantas, João. Cangaço e Cangaceiros: Vida e Morte no Sertão. Editora Record, 1997.
Queiroz, Maria Isaura Pereira de. O Cangaço. Editora Brasiliense, 1977.
Lira Neto. Lampião: A Raposa das Caatingas. Globo Livros, 2010.
Gomes, Frederico Pernambucano de Mello. Guerreiros do Sol: Violência e Banditismo no Nordeste do Brasil. A Girafa Editora, 2004.
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