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A Prótese Mais Antiga do Mundo: O Dedo de Pé de Luxor

A Prótese Mais Antiga do Mundo: O Dedo de Pé de Luxor

Em 2007, arqueólogos descobriram o que é considerado a prótese mais antiga do mundo: um dedo do pé artificial encontrado na região de Luxor, no Egito. A fascinante descoberta remonta ao período entre 950 e 710 a.C., ou seja, há mais de 2700 anos, durante o Terceiro Período Intermediário do Egito Antigo.

A Prótese

A prótese foi encontrada em uma tumba na Necrópole de Sheikh ‘Abd el-Qurna, localizada na margem ocidental do Nilo, próxima à moderna cidade de Luxor, no antigo sítio de Tebas. A tumba pertencia a uma mulher de alto status social, que provavelmente era a filha de um sacerdote. O dedo de pé protético foi feito de couro e madeira, e apresenta um design altamente anatômico e funcional. A prótese substituía o dedão do pé direito, que provavelmente foi perdido devido a uma doença ou lesão.

A prótese possui articulações que permitiam algum movimento, e era presa ao pé com tiras de couro, garantindo que ficasse firme durante o uso. O design do dedo foi feito para proporcionar equilíbrio e permitir que o usuário caminhasse de forma mais natural. Feita de madeira polida e tiras de couro, a prótese reflete o conhecimento dos egípcios antigos sobre materiais duráveis e flexíveis.

A Medicina no Egito Antigo

A descoberta do dedo de pé protético destaca o avançado estado da medicina no Egito Antigo. Os egípcios tinham um conhecimento profundo de várias práticas médicas, incluindo cirurgia, e eram conhecidos por suas habilidades em mumificação e tratamento de feridas. A existência de uma prótese funcional mostra que os antigos egípcios também se preocupavam com a qualidade de vida dos amputados, buscando restaurar não apenas a aparência, mas também a funcionalidade dos membros perdidos.

Estudos científicos realizados após a descoberta, incluindo testes de movimento com voluntários amputados, confirmaram que a prótese era altamente funcional e eficaz para caminhar. A réplica da prótese permitiu aos pesquisadores entender como ela ajudava no movimento e na distribuição do peso, essencial para o equilíbrio e a marcha. Comparado a outras próteses antigas, como as encontradas em Roma ou Grécia, o dedo de pé de Luxor destaca-se por sua sofisticação e pela ênfase na função prática. Isso sugere que o Egito Antigo estava à frente de outras civilizações no desenvolvimento de dispositivos médicos funcionais.

Exposição Pública

A prótese do dedo do pé está atualmente em exposição no Museu Egípcio do Cairo, onde é apresentada como um dos exemplos mais antigos de próteses funcionais conhecidas. A peça continua a atrair o interesse de pesquisadores e do público em geral, sendo um símbolo do engenho e da humanidade dos antigos egípcios.

Referências
Parkins, Michael D.; J. Szekrenyes. “Pharmacological Practices of Ancient Egypt”. Faculty Of Medicine – The University Of Calgary, 2001.
Nerlich, Andreas G., et al. Artificial Limbs and Amputation in Ancient Egypt. Journal of the American Medical Association, 2007.
Fletcher, Joann. The Egyptian Book of Living & Dying. Duncan Baird Publishers, 2002.
Nunn, John Francis. Ancient Egyptian Medicine. University of Oklahoma Press, 2002.
Sandison, A.T., and Tapp, E. Disease in Ancient Egypt. University of Illinois Press, 2007.
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