Roda dos Enjeitados – A História da Roda dos Expostos
A “Roda dos Enjeitados” ou “Roda dos Expostos” foi uma instituição criada para receber bebês abandonados por seus pais. Este mecanismo foi amplamente utilizado em várias partes do mundo, incluindo o Brasil, durante os séculos XVIII e XIX. O “Asylo dos Expostos” é um exemplo notável desta prática no Brasil e Portugal.
Imagem: Roda dos Expostos no Hospital Espírito Santo, em Roma, Itália.
A Origem da Roda dos Enjeitados
A prática da “Roda dos Expostos” teve origem na Europa medieval, sendo implementada inicialmente na Itália no século XIII. Foi concebida como uma solução para o problema do abandono de recém-nascidos. Muitas mães solteiras, mulheres em extrema pobreza ou famílias incapazes de sustentar mais crianças utilizavam este recurso para deixar seus bebês em um lugar onde pudessem ser cuidados.
A “roda” era um cilindro de madeira instalado em uma fachada ou muro de um convento, hospital ou instituição de caridade. A mãe ou a pessoa que abandonava o bebê colocava-o dentro da roda, girava-a para que a criança fosse levada para o interior da instituição, onde seria cuidada. Este processo permitia o anonimato de quem deixava a criança, minimizando o estigma social e a possibilidade de punição.
O Asylo dos Expostos
O “Asylo dos Expostos” foi uma instituição estabelecida em Lisboa, Portugal, no século XVIII, com o objetivo de acolher crianças abandonadas. Este modelo foi adotado em várias colônias portuguesas, incluindo o Brasil. No Brasil, a primeira Roda dos Expostos foi criada na Santa Casa de Misericórdia de Salvador, em 1726.
O objetivo principal do Asylo dos Expostos era proporcionar abrigo e cuidado às crianças que, de outra forma, poderiam morrer nas ruas ou serem vítimas de infanticídio. As crianças recebiam abrigo, alimentação, batismo e educação básica. Muitas delas eram posteriormente encaminhadas para adoção ou trabalho em lares de famílias que podiam cuidar delas.
No final do século XIX e início do século XX, a roda dos expostos foi gradualmente sendo desativada em muitas regiões. As reformas sociais e as mudanças nas políticas de assistência à infância começaram a focar mais na prevenção do abandono através de apoio às famílias necessitadas, programas de bem-estar social e sistemas de adoção formal.