Coala Sam Bebe Água Durante Incêndio Florestal na Austrália
Coala Sam recebe água durante incêndio florestal na Austrália em fevereiro de 2009. Os incêndios de Black Saturday destacaram a vulnerabilidade da Austrália a desastres naturais extremos e sublinharam a importância de uma preparação adequada e de respostas eficazes a emergências. As lições aprendidas influenciaram a gestão de incêndios florestais e a política ambiental no país, com um foco renovado na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas e na resiliência das comunidades.
Coala Sam
O bombeiro voluntário David Tree se deparou com o coala andando sobre suas patas queimadas durante os incêndios florestais em Mirboo North, a nordeste de Melbourne, no dia 1 de fevereiro. Segundo David, o animal ferido estava com poucas forças quando ele se aproximou e, ao oferecer uma garrafa de água, a coala pegou a garrafa de sua mão.
Segundo Collen Wood, funcionária do Mountain Ash Wildlife Center, onde o animal foi tratado, essa água provavelmente salvou a vida do coala desidratado. O animal se tornou um símbolo de esperança para os sobreviventes e desabrigados pela onda de incêndios de 2009, considerada uma das piores que atingiram a Austrália. O coala se recuperou de seus ferimentos, contudo, morreu meses depois na mesa de operações depois de sofrer clamídia, uma doença que dizimou a população dessa espécie. O corpo do marsupial que ganhou fama mundial foi empalhado e faz parte do acervo do museu de Melbourne.
A gravidade dos incêndios florestais na Austrália de 2009
Os incêndios florestais de 2009 na Austrália, conhecidos como “Black Saturday” (Sábado Negro), foram uma série de incêndios devastadores que ocorreram no estado de Victoria em 7 de fevereiro de 2009. Estes incêndios são considerados os piores na história da Austrália em termos de perda de vidas e destruição de propriedades. O verão de 2009 foi excepcionalmente quente e seco, com temperaturas que ultrapassaram os 40°C em muitas partes de Victoria. A combinação de calor extremo, baixa umidade e ventos fortes criou condições ideais para a propagação rápida de incêndios. Embora alguns incêndios tenham sido causados por relâmpagos, outros foram atribuídos a atividades humanas, incluindo acidentes e atos de vandalismo. A vegetação seca e a falta de precipitação significativa também contribuíram para a intensidade dos incêndios.
Consequências dos incêndios
Os incêndios resultaram na morte de 173 pessoas e feriram outras 414. Aproximadamente 2.029 casas foram destruídas, deixando milhares de pessoas desabrigadas. Além das perdas humanas, a fauna e flora locais sofreram danos extensivos, com milhões de animais mortos. Os danos materiais e os custos associados à resposta de emergência e reconstrução foram estimados em cerca de 4,4 bilhões de dólares australianos. Muitas comunidades rurais e agrícolas enfrentaram perdas significativas de infraestruturas e meios de subsistência. Em resposta aos incêndios, foi conduzida uma Comissão Real de Inquérito para investigar as causas e a resposta aos incêndios. Suas recomendações resultaram em mudanças significativas nas políticas de manejo de incêndios florestais, incluindo melhorias na infraestrutura de comunicação, estratégias de evacuação e gestão de riscos de incêndio.