Select Page

Tragédia no Senado Federal – Arnon de Mello Mata Senador

Tragédia no Senado Federal – Arnon de Mello Mata Senador

Em 4 de dezembro de 1963, um episódio dramático e violento marcou a história do Senado Federal do Brasil. O então senador Arnon de Mello, pai do futuro presidente Fernando Collor de Mello, disparou dois tiros no plenário do Senado, em um incidente que teve como alvo o também senador Silvestre Péricles de Góis Monteiro. Embora o conflito entre os dois senadores já fosse conhecido, o episódio chocou o país pela sua gravidade e pelas circunstâncias em que ocorreu.

Contexto Político e Pessoal

Arnon de Mello e Silvestre Péricles tinham uma longa história de rivalidade pessoal e política, enraizada no estado de Alagoas. Ambos eram figuras influentes no estado e suas disputas frequentemente transcenderam o campo político, tornando-se pessoais.

Arnon de Mello e Silvestre Péricles tinham uma longa história de rivalidade pessoal e política, enraizada no estado de Alagoas. Ambos eram figuras influentes no estado e suas disputas frequentemente transcenderam o campo político, tornando-se pessoais.

Arnon de Mello e Silvestre Péricles tinham uma longa história de rivalidade pessoal e política, enraizada no estado de Alagoas. Ambos eram figuras influentes no estado e suas disputas frequentemente transcenderam o campo político, tornando-se pessoais. Esse antagonismo refletia a polarização política da época, em um Brasil que vivia intensas tensões sociais e políticas às vésperas do golpe militar de 1964.

O Brasil de 1963 estava mergulhado em uma crise econômica e política. O governo do presidente João Goulart enfrentava oposição tanto da esquerda quanto da direita, e o clima no Congresso Nacional era de acirrada disputa. A violência verbal e física não era incomum, mas o episódio envolvendo Arnon de Mello e Silvestre Péricles foi extremo e sem precedentes na história do Senado.

Morte no Senado Federal

No dia 4 de dezembro de 1963, durante uma sessão do Senado, Arnon de Mello levou consigo uma arma, com a intenção de se defender das ameaças de Silvestre Péricles. A tensão entre os dois havia atingido um nível alarmante, e ambos se acusavam publicamente de ameaças e conspirações. Durante a sessão, um confronto verbal entre os dois rapidamente escalou, e Arnon de Mello sacou a arma e disparou em direção a Silvestre Péricles.

Os tiros disparados por Arnon de Mello não acertaram Silvestre Péricles, mas sim o senador José Kairala, do Acre, que estava no plenário. Kairala, que não tinha envolvimento na disputa entre Mello e Péricles, foi atingido fatalmente. A morte de Kairala chocou o Senado e o país, expondo a gravidade da situação política e a perigosa escalada de violência.

O incidente gerou uma enorme repercussão no Brasil. A imprensa destacou o episódio como um sinal da deterioração da ordem política no país. A morte de José Kairala foi lamentada por políticos de todo o espectro, e o episódio foi amplamente condenado como um ato de violência inaceitável dentro de uma instituição democrática.

Impunidade

José Kairala morreu aos 39 anos, pouco tempo depois de dar entrada no Hospital Distrital de Brasília. Conforme mostra O TEMPO Brasília na série de reportagens que reconstitui o caso, Kairala era suplente e nem precisava estar naquela fatídica sessão. Fez questão de ir para mostrar o Senado à família e deixar o filho pequeno fazer uma foto do pai no plenário. Kairala foi baleado justamente na cadeira que havia escolhido para o menino fazer o registro. Um lugar onde a vítima nunca havia se sentado antes. Referência: Jornal O TEMPO Brasília.

José Kairala morreu aos 39 anos, pouco tempo depois de dar entrada no Hospital Distrital de Brasília. Kairala era suplente e nem precisava estar na sessão. Fez questão de ir para mostrar o Senado à família e deixar o filho pequeno fazer uma foto do pai no plenário. Kairala foi baleado justamente na cadeira que havia escolhido para o menino fazer o registro. Um lugar onde a vítima nunca havia se sentado antes. Referência: Jornal O TEMPO Brasília.

Arnon de Mello foi submetido a um processo judicial, mas acabou sendo absolvido sob a alegação de legítima defesa. A absolvição foi vista com controvérsia, especialmente considerando que uma vida inocente havia sido perdida. A impunidade percebida nesse caso refletiu o poder e a influência política que Arnon de Mello exercia, além de destacar as fragilidades do sistema judicial brasileiro da época (e que persistem até os dias atuais).

Apesar da gravidade do incidente, Arnon de Mello conseguiu manter sua carreira política. O senador continuou a exercer influência no cenário político alagoano e nacional. O incidente de 1963 é frequentemente lembrado como um dos episódios mais violentos e caóticos na história do Senado Federal. Ele simboliza a tensão e a instabilidade política que culminariam no golpe militar de 1964. A falta de consequências severas para Arnon de Mello também levantou questões sobre a falta de credibilidade da justiça e a impunidade no sistema político brasileiro.

Referências
“Senado já teve até assassinato em plenário“. O Estadão de S. Paulo, 1969.
Renato Alves, Levy Guimarães. Sem indenização, viúva de senador morto por pai de Collor virou babá e lavadeira. Jornal o Tempo.
D’Araújo, Maria Celina. Política e Violência no Brasil: 1960-1980. Editora FGV, 1994.
Fausto, Boris. História Concisa do Brasil. Editora Universidade de São Paulo, 2002.
Gaspari, Elio. A Ditadura Envergonhada. Companhia das Letras, 2002.
Schwarcz, Lilia Moritz, and Starling, Heloisa M. Brasil: Uma Biografia. Companhia das Letras, 2015.
Avalie!

Veja Também!

Dissol Pro